Saber como contratar funcionários envolve mais do que abrir uma vaga. É preciso entender se realmente chegou o momento de expandir, planejar bem o cargo, definir salário e responsabilidades, escolher entre CLT ou PJ, divulgar a oportunidade, conduzir entrevistas, formalizar a contratação e integrar a nova pessoa à rotina.

Não existe um único caminho, mas sim um processo estruturado que reduz riscos e aumenta as chances de encontrar o perfil ideal.

Este guia te acompanha passo a passo nessa jornada: quando contratar, como planejar a vaga, como atrair e selecionar bons profissionais, qual modelo de contratação faz sentido e como registrar e integrar a nova pessoa ao time.

Vamos começar pelo primeiro passo: identificar o momento certo para contratar. É isso que garante que todo o resto aconteça de forma mais segura e alinhada ao crescimento da sua empresa.


Como saber se chegou a hora de contratar alguém

Antes de pensar em salário, modelo de contratação ou anúncios de vaga, existe uma pergunta central: afinal, já é o momento de contratar?

Para muitos donos de pequenas e médias empresas, essa é uma dúvida constante — e totalmente compreensível. Contratar cedo demais pode gerar custos desnecessários. Contratar tarde demais pode travar o crescimento, aumentar a sobrecarga e comprometer a qualidade do serviço.

A boa notícia é que existem sinais claros que ajudam a identificar quando a empresa realmente precisa de reforço no time.

Sinais de que sua empresa precisa contratar

Alguns indicadores costumam aparecer com bastante frequência nas PMEs:

  • A demanda cresceu e você não consegue atender no prazo
  • As tarefas estratégicas estão ficando de lado porque a liderança está presa em tarefas operacionais
  • Clientes começam a reclamar de atrasos, falhas ou falta de atenção
  • A equipe atual está sobrecarregada, fazendo hora extra com frequência
  • A empresa está perdendo oportunidades de negócio por falta de tempo ou de pessoas

Se um ou mais desses sinais já fazem parte da sua rotina, é provável que o time esteja precisando de reforço.

Contratar ou terceirizar? Como decidir

Nem sempre o caminho ideal é contratar. Dependendo da atividade, especialmente em empresas menores, terceirizar pode ser mais eficiente; seja para economizar, seja para ganhar flexibilidade.

A terceirização faz sentido quando:

  • a demanda é temporária (ex.: campanhas sazonais);
  • o trabalho exige um especialista pontual (ex.: design, jurídico, TI);
  • o volume de tarefas ainda não sustenta uma vaga fixa.

Já a contratação é mais indicada quando:

  • a demanda é constante;
  • a função é estratégica para o negócio;
  • o conhecimento precisa ficar “dentro de casa”;
  • existe necessidade de dedicação exclusiva.

Entender a diferença entre contratar e terceirizar evita decisões precipitadas e te ajuda a planejar a alocação de recursos com mais precisão.

Quais resultados esperar com uma contratação

Uma boa contratação deve gerar impacto direto em três frentes:

  1. Produtividade: processos fluem melhor e tarefas deixam de se acumular.
  2. Qualidade: o atendimento melhora, o produto evolui e o cliente percebe a diferença.
  3. Crescimento: a empresa consegue assumir novos projetos, atender mais clientes e aumentar receita.

Se você percebe que esses ganhos são necessários para o negócio seguir evoluindo, é um forte indicador de que chegou a hora de contratar.


Planejamento da contratação: cargo, salário e escopo

Depois de confirmar que realmente chegou o momento de contratar, o próximo passo é estruturar a vaga com clareza. Esse planejamento é essencial para evitar erros comuns — como atrair candidatos inadequados, oferecer salários incompatíveis, contratar sem ter ideia do custo total ou até preencher a função de forma equivocada.

Um bom processo de contratação começa antes mesmo da divulgação da vaga. Começa entendendo que tipo de ajuda sua empresa realmente precisa e quais responsabilidades essa pessoa vai assumir.

Como definir cargos e salários na empresa

A definição de cargos e salários é uma etapa crítica, especialmente para pequenas e médias empresas que estão estruturando o time aos poucos. É essa clareza que permite:

  • alinhar expectativas com o futuro colaborador;
  • saber qual nível de experiência é necessário;
  • estimar o investimento mensal;
  • comparar sua oferta com o mercado.
Para se aprofundar neste tópico, recomendamos um conteúdo completo:
Vai contratar? Aprenda como definir cargos e salários na empresa

Esse passo não só ajuda a empresa a contratar melhor, como também traz mais transparência para o processo seletivo.

Como definir o escopo da vaga e as responsabilidades

Muitas contratações dão errado porque o escopo não foi bem definido. Ou a vaga é genérica demais (“preciso de alguém para ajudar com tudo”), ou é tão extensa que ninguém é capaz de cumprir todas as expectativas.

Para evitar isso, você pode começar respondendo a quatro perguntas simples:

  1. Quais tarefas essa pessoa fará no dia a dia?
  2. Quais resultados ou indicadores ela deve entregar?
  3. Com quem trabalhará diretamente (e para quem reportará)?
  4. Quais competências são indispensáveis e quais são desejáveis?

Temos um vídeo que aprofunda esse processo e pode te ajudar a estruturar suas vagas de forma mais clara. Vale a pena conferir:

Quanto custa contratar um funcionário

Ao calcular o salário, não considere apenas o valor base. Na prática, contratar um funcionário envolve outros elementos, especialmente no regime CLT — como encargos, férias, FGTS, 13º salário, benefícios e possíveis adicionais.

Essa etapa é essencial para evitar surpresas financeiras e garantir que a contratação caiba no orçamento da empresa.

Para PMEs, essa conta pode ser decisiva. Por isso, a Cora oferece uma ferramenta prática que estima o custo total com poucos cliques:
Conheça nossa Calculadora de Custo de Funcionário CLT gratuita

Como definir nível, senioridade e expectativas

Com o escopo e o salário organizados, o próximo passo é definir o nível da vaga (júnior, pleno ou sênior) e quais resultados você espera nos primeiros meses.

Essa clareza facilita tanto a seleção quanto a gestão. Quando você deixa explícito o que precisa, aumenta muito a chance de encontrar alguém que realmente entregue o que seu negócio espera.

A tabela abaixo ajuda a visualizar as diferenças entre cada nível:

NívelPerfil geralAutonomia esperadaQuando escolherPrincipais entregas nos primeiros meses
JúniorProfissional em início de carreira, com pouca experiência prática.Baixa a média. Requer orientação frequente.Quando a função tem tarefas bem definidas e existe alguém para acompanhar de perto.Aprender processos, executar rotinas simples, apoiar demandas do time.
PlenoJá tem experiência relevante e domina a maior parte das atividades do cargo.Média a alta. Consegue trabalhar com supervisão pontual.Quando a operação exige constância, ritmo e alguém capaz de resolver problemas do dia a dia.Tocar a rotina com autonomia, melhorar processos e apoiar decisões.
SêniorProfissional especialista, com visão estratégica e experiência ampla.Alta. Conduz projetos e toma decisões.Quando o negócio precisa de alguém para estruturar uma área, criar processos ou liderar iniciativas.Entregar resultados complexos, propor melhorias, orientar outras pessoas.

Como encontrar e selecionar bons profissionais

Com a vaga planejada, o próximo desafio é encontrar a pessoa certa para o seu time. Esse é um momento decisivo, porque mesmo a melhor vaga pode atrair candidatos inadequados se não houver cuidado na divulgação e no processo seletivo.

Para pequenas e médias empresas, que muitas vezes não contam com um departamento de RH estruturado, algumas estratégias práticas podem fazer toda a diferença.

Onde e como anunciar a vaga de emprego

Escolher os canais corretos de divulgação é essencial para alcançar candidatos qualificados. Existem várias opções:

  • Sites de emprego e plataformas online
  • Redes sociais profissionais (LinkedIn, por exemplo)
  • Networking e indicações internas
  • Parcerias com cursos ou instituições de ensino

Quanto mais alinhado estiver o canal ao perfil do candidato que você busca, maior será a chance de atrair profissionais realmente adequados.

Para se aprofundar neste tema, você pode conferir:
Onde e como anunciar vaga de emprego para encontrar os melhores profissionais

Como atrair candidatos qualificados

Atrair bons candidatos vai além de postar uma vaga. Algumas práticas ajudam a tornar sua oferta mais atrativa:

  • Descrever claramente o cargo, escopo e responsabilidades
  • Informar salário ou faixa salarial e benefícios
  • Mostrar a cultura da empresa e o propósito do negócio
  • Destacar oportunidades de crescimento e aprendizado

Esses detalhes ajudam o candidato a se imaginar na função e aumentam o engajamento com a vaga.

Como conduzir entrevistas e avaliar currículos

A entrevista é um dos momentos mais importantes do processo. Para conduzir de forma eficiente:

  • Prepare perguntas que avaliem competências técnicas e comportamentais
  • Estruture a conversa para entender motivação, experiência e alinhamento cultural
  • Analise currículos considerando resultados, experiências anteriores e habilidades essenciais
  • Evite avaliar apenas pela formação acadêmica ou aparência

6 dicas práticas para contratar os profissionais certos

Alguns cuidados simples podem reduzir riscos e aumentar a eficácia da contratação. Entre eles:

  1. Defina previamente critérios claros de seleção
  2. Busque referências sempre que possível
  3. Priorize candidatos alinhados à cultura da empresa
  4. Não tome decisões apressadas
  5. Observe a postura e comunicação durante o processo
  6. Mantenha o candidato informado sobre o andamento da seleção
Quer mais detalhes para colocar essas dicas em prática?
Confira o post completo:
6 dicas práticas para encontrar e contratar os profissionais certos

CLT ou PJ? Qual modelo faz mais sentido para sua empresa

Depois de selecionar o candidato ideal, é hora de decidir como formalizar a contratação. Essa escolha impacta diretamente o custo, a gestão de benefícios e a relação jurídica com o colaborador. 

Entendendo as diferenças entre CLT e PJ

  • CLT (Consolidação das Leis do Trabalho):
    O funcionário tem carteira assinada e direitos garantidos por lei, como férias, 13º salário, FGTS, licença maternidade/paternidade, entre outros. Esse modelo é indicado quando a função exige dedicação exclusiva, estabilidade e integração à cultura da empresa.
  • PJ (Pessoa Jurídica):
    O contratado presta serviço como empresa, sem vínculo CLT. Geralmente recebe um valor mensal acordado, mas não tem direitos trabalhistas garantidos. É indicado para funções específicas, temporárias ou quando o profissional prefere flexibilidade.
Para se aprofundar nas diferenças, você pode conferir:
CLT e PJ: entenda as diferenças na hora de contratar

Quanto custa contratar um funcionário em cada modelo

Ao avaliar CLT ou PJ, o custo total é um fator decisivo. No modelo CLT, além do salário, existem encargos, férias, 13º, FGTS e benefícios obrigatórios ou opcionais. Já no modelo PJ, o custo pode ser menor, mas é importante considerar tributos e possíveis encargos de nota fiscal.

Para PMEs, calcular corretamente o custo ajuda a evitar surpresas financeiras. A Cora oferece uma ferramenta gratuita e prática para isso:
Calculadora de Custo de Funcionário CLT

Quando vale a pena contratar PJ

O modelo PJ faz sentido especialmente quando:

  • a demanda é pontual ou sazonal;
  • a função exige alta especialização;
  • o profissional busca flexibilidade;
  • você quer reduzir custos com encargos e benefícios.

Mas atenção: é fundamental evitar riscos jurídicos, garantindo que o PJ não seja tratado como CLT disfarçado, o que pode gerar problemas legais.

Benefícios e obrigações

Mesmo escolhendo CLT, é importante planejar os benefícios oferecidos. Vale considerar:

  • Vale transporte e alimentação;
  • Plano de saúde ou odontológico;
  • Bônus ou premiações por resultados;
  • Políticas internas de home office ou flexibilidade.

Esses pontos não apenas cumprem obrigações legais, mas também ajudam a atrair e reter bons profissionais.


Como registrar um funcionário e cumprir as obrigações legais

Após escolher o modelo de contratação, é hora de formalizar a relação de trabalho. 

Para pequenas e médias empresas, esse é um passo importantíssimo: registrar o funcionário corretamente evita problemas legais, multas e garante direitos para todos.

Como registrar um funcionário: regras e etapas obrigatórias

Registrar um colaborador envolve algumas etapas obrigatórias, que devem ser cumpridas para garantir que a contratação seja válida. Entre elas:

  • Reunir documentos pessoais e dados do colaborador
  • Preencher o contrato de trabalho ou prestação de serviço
  • Realizar o registro na carteira de trabalho (CLT) ou contrato PJ
  • Informar a admissão no eSocial
  • Definir salário, benefícios e datas de pagamento
Para conferir detalhes passo a passo, recomendamos este conteúdo:
Como registrar um funcionário: conheça as regras e etapas obrigatórias

Documentos e informações necessárias

Mesmo antes do primeiro dia, é essencial solicitar ao funcionário:

  • Documento de identidade e CPF
  • Carteira de trabalho (CLT) ou contrato social (PJ)
  • Comprovante de endereço
  • Dados bancários para pagamento
  • Certificados ou registros profissionais, se aplicável

Ter tudo organizado facilita o processo e evita atrasos no registro e no pagamento.

Como funciona o eSocial para pequenas e médias empresas

O eSocial é a plataforma do governo que centraliza informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais. Ele é obrigatório para empresas que contratam pelo regime CLT e serve para:

  • Registrar admissões e desligamentos
  • Informar salários, férias e 13º
  • Declarar encargos e tributos

Para PMEs, o eSocial simplifica a burocracia, mas exige atenção: informações incorretas podem gerar multas.

Folha de pagamento e benefícios

O registro correto inclui também o planejamento da folha de pagamento:

  • Salário e benefícios já definidos no planejamento da vaga
  • Encargos e tributos pagos corretamente
  • Controle de férias, horas extras e adicionais

Organizar isso desde o início evita dores de cabeça e garante que o funcionário receba tudo o que tem direito.


Após a contratação: onboarding, gestão e liderança

Contratar o funcionário certo é apenas o começo. Para que a contratação gere resultados reais, é fundamental integrar, orientar e desenvolver a pessoa desde o primeiro dia. 

Um bom processo de onboarding e uma gestão eficiente ajudam a engajar o colaborador e a alinhar expectativas, aumentando a produtividade e reduzindo riscos de turnover.

Como fazer um onboarding eficiente

O onboarding é o processo de integração do novo funcionário ao dia a dia da empresa. Algumas boas práticas incluem:

  • Apresentar a equipe e a cultura da empresa
  • Esclarecer responsabilidades e expectativas do cargo
  • Fornecer treinamentos iniciais sobre processos e ferramentas
    Estabelecer metas para os primeiros 30, 60 e 90 dias

Um onboarding bem estruturado garante que o colaborador se sinta acolhido e saiba exatamente como contribuir para o negócio.

Como definir metas, prioridades e rotinas

Desde o início, é importante alinhar objetivos claros. Isso ajuda tanto o gestor quanto o colaborador a medir resultados. Algumas dicas:

  • Defina indicadores de desempenho simples e mensuráveis
  • Explique como cada tarefa contribui para o resultado da empresa
  • Estabeleça prioridades e rotinas de trabalho
  • Faça reuniões periódicas de acompanhamento

Como formar líderes e delegar tarefas

Para pequenas e médias empresas, desenvolver líderes internos é estratégico. Investir em formação de lideranças garante:

  • Melhor distribuição de responsabilidades
  • Maior autonomia e produtividade da equipe
  • Preparação para crescimento futuro
Para se aprofundar nesse tema, você pode conferir:
Como formar líderes e delegar tarefas: um guia para começar do zero

Acompanhamento e feedback contínuo

Manter a comunicação aberta é essencial para manter o engajamento. Algumas práticas recomendadas incluem:

  • Reuniões de feedback frequentes, com foco em aprendizado
  • Reconhecimento de resultados e conquistas
  • Ajustes de metas e processos conforme a experiência do colaborador
  • Incentivo ao desenvolvimento profissional contínuo

Contratar funcionários é um passo decisivo para qualquer pequena ou média empresa. Mas, como vimos ao longo deste guia, não basta contratar: é preciso planejar, escolher o profissional certo, formalizar a contratação corretamente e integrar a pessoa ao time de forma estratégica

Cada etapa influencia diretamente na produtividade, na qualidade do trabalho e no crescimento do negócio.

Ao seguir um processo estruturado, você aumenta as chances de trazer pessoas alinhadas à cultura da empresa, motivadas e capazes de gerar resultados reais. E, para PMEs, isso faz toda a diferença: permite escalar o negócio de forma segura, reduzir erros e aproveitar oportunidades de crescimento.

A boa notícia é que você não precisa fazer tudo sozinho. A Cora oferece ferramentas e conteúdos práticos que ajudam a planejar vagas, calcular custos de contratação e organizar a gestão financeira do time. Com esses recursos, você pode focar no que realmente importa: fazer sua empresa crescer com pessoas certas ao seu lado.

Até a próxima!