Você sabe o que é exportação de serviços? Quem trabalha por conta, oferecendo serviços especializados, pode considerar a possibilidade de ampliar seus ganhos, vendendo seu trabalho para empresas que não atuam no Brasil – e isso sem sair de casa.
É uma prática cada vez mais comum no mundo globalizado, especialmente em setores como tecnologia, produção de conteúdo, consultoria e design.
O lado bom é que, além de gerar receita em moeda estrangeira, é possível expandir a atuação para mercados internacionais, fortalecendo a competitividade e criando novas oportunidades de negócio.
Por isso, neste artigo, a Cora explica o que exatamente é a exportação de serviços, como funciona, ponto de vista legal, tributário e operacional, as vantagens de atender clientes estrangeiros e, ainda, um passo a passo prático para começar agora mesmo.
Confira tudo!
Afinal, o que é exportação de serviços?
Exportar serviços significa que uma empresa brasileira presta serviços para clientes localizados no exterior, sem envolver a comercialização de produtos físicos.
Isso pode ocorrer de diversas formas, por exemplo, uma pessoa que atua com desenvolvimento de software pode atender uma empresa na Irlanda. Ou alguém da área de produção de conteúdo pode ter clientes na Espanha.
Esse modelo permite que profissionais e empresas ampliem sua carteira de clientes e explorem novos mercados sem barreiras logísticas.
Quais tipos de serviço podem ser exportados?
Diversas áreas podem se beneficiar da exportação de serviços. Entre os segmentos mais comuns, destacam-se:
- Tecnologia: desenvolvimento de software, programação, suporte técnico remoto.
- Design e marketing: criação de identidade visual, campanhas publicitárias, produção de conteúdo e consultoria digital.
- Arquitetura e engenharia: projetos e consultoria técnica.
- Consultorias diversas: jurídica, financeira, estratégica, empresarial.
- Tradução e ensino de idiomas: serviços de tradução, coaching e cursos online.
Quais as vantagens de exportar serviços?
Atuar profissionalmente fora do Brasil pode ser muito positivo por diversos motivos. Alguns dos principais, são:
- Receber em moeda estrangeira (dólar, euro);
- Não depender apenas do mercado interno;
- Ganhar visibilidade e autoridade, fortalecendo sua marca globalmente;
- Maiores chances de crescimento do negócio com diferentes oportunidades.
Como funciona a tributação na exportação de serviços?
Ao exportar serviços, é essencial entender quais tributos incidem sobre a operação. Como a tributação na exportação de serviços no Brasil segue algumas regras específicas, para incentivar a competitividade no mercado internacional, é preciso prestar atenção nos seguintes pontos:
- ISS (Imposto sobre Serviços): Em muitos casos, há isenção do ISS, desde que o serviço seja efetivamente consumido no exterior.
- PIS/COFINS: Algumas exportações podem ser beneficiadas com a isenção desses tributos, desde que atendam aos critérios legais.
- IRPJ e CSLL: O Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) incidem sobre o faturamento ou lucro das exportações, conforme o regime tributário da empresa.
- Regime de Tributação: Empresas que exportam serviços devem estar atentas ao regime tributário adotado, pois isso pode impactar a carga tributária e a possibilidade de créditos fiscais
Como receber pelos serviços prestados fora do Brasil? Tem como receber sem pagar taxas?
Receber pagamentos internacionais pelos serviços prestados fora do Brasil envolve algumas questões financeiras e tributárias, mas há maneiras de minimizar ou até eliminar taxas.
A maioria das plataformas e bancos cobram alguma tarifa para processar transações. Ainda assim é possível encontrar algumas opções que podem minimizar ou eliminar esses custos.
Existem bancos digitais, por exemplo, que oferecem isenção de tarifas para recebimentos via aplicativo. E também serviços como Remessa Online e MoneyGram que podem aplicar taxas reduzidas dependendo do valor e do método de transferência.
Em resumo, as formas de receber pagamentos internacionais mais conhecidas, são:
- Transferência bancária internacional: é uma opção segura, mas muitos bancos cobram tarifas e aplicam taxas de câmbio desfavoráveis.
- Plataformas de pagamento digital: serviços como PayPal, Wise e Payoneer permitem receber dinheiro do exterior, geralmente com taxas menores que os bancos tradicionais.
- Criptomoedas: para quem busca alternativas modernas, há opções como Bitcoin e USDT, que eliminam tarifas bancárias, mas exigem cuidado com a volatilidade.
- Bancos digitais: algumas fintechs no Brasil oferecem contas internacionais com isenção de tarifas, facilitando a conversão e transferência do dinheiro.
Documentos necessários para exportar seus serviços
Saiba quais são os principais documentos utilizados ao fazer a exportação de serviços:
- Contrato de compra e venda internacional (rege os direitos e obrigações entre as partes e comprova a relação comercial entre o exportador e o importador);
- Fatura Invoice ou Fatura Proforma (documento emitido pelo prestador de serviço);
- Fatura Comercial ou Commercial Invoice (documento internacional emitido pelo exportador que equivale à nota fiscal);
- Contrato de Câmbio ou Contrato de Câmbio Simplificado (instrumento firmado entre o vendedor e o comprador do serviço);
- Nota Fiscal e Câmbio (a nota fiscal deve ser emitida mesmo nos casos em que não exista incidência de ISS);
- Registro no Siscoserv – Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio (o Siscoserv é um sistema desenvolvido pelo governo como ferramenta de acompanhamento do comércio exterior de serviços).
Dicas para atrair clientes no exterior
Para conquistar clientes internacionais, é importante investir em estratégias específicas. Pode valer a pena:
- Conhecer o mercado que deseja entrar;
- Utilizar plataformas internacionais, como Upwork, Freelancer, Fiverr;
- Produzir materiais de apresentação em inglês e adaptar o portfólio para o mercado global;
- Ter uma versão em inglês das redes sociais (ou “internacionalizar” o seu perfil);
- Investir em marketing digital internacional, incluindo SEO, anúncios segmentados e ter um site acessível e amigável;
- Fazer parcerias com influenciadores, para ampliar o alcance do seu serviço;
- Oferecer facilidade de pagamento, com opções seguras e práticas para transações internacionais.
Passo a passo para começar a exportar serviços
Quer começar a fazer exportação de serviços? Então confira o passo a passo para começar agora mesmo:
1. Verifique a demanda no exterior
Pesquise oportunidades para seu nicho e identifique mercados com potencial de crescimento.
2. Adeque contratos
Prepare documentos adaptados às normas internacionais e aos padrões de clientes estrangeiros.
3. Formalize o serviço
O serviço precisa estar formalizado para garantir a conformidade legal, sendo necessário emitir notas fiscais.
4. Verifique a legislação cambial e escolha formas de receber
Escolha plataformas seguras como PayPal, Wise ou bancos autorizados para transações internacionais.
5. Pague os tributos envolvidos
A tributação da exportação de serviços pode variar conforme o tipo de operação e o regime tributário. Em alguns casos, há isenção de PIS/COFINS e ISS, desde que o serviço seja consumido fora do Brasil.
6. Contrate uma assessoria contábil especializada
Contar com apoio profissional ajuda a evitar erros e garantir benefícios fiscais. Avalie essa possibilidade antes de começar a exportar seus serviços.
Agora você já sabe o que é exportação de serviços e como dar os primeiros passos nesse sentido. Continue acompanhando o blog da Cora para ter acesso a mais informações que podem ajudar a impulsionar a sua empresa.
Até a próxima!
