Como definir cargos e salários de forma estratégica? Está aí uma dúvida recorrente para quem tem uma empresa ou atua na área de gestão de pessoas.
E é uma questão muito importante, pois impacta diretamente na atração e retenção de talentos, na motivação dos colaboradores e na saúde financeira da empresa.
Além disso, um planejamento de cargos e salários bem estruturado oferece clareza para candidatos externos e internos, o que garante mais justiça para os colaboradores e crescimento sustentável para o negócio.
Neste conteúdo, descubra como as empresas podem definir cargos e salários com base em critérios objetivos e confira, também, algumas boas práticas para manter a transparência e a coerência na remuneração dos colaboradores.
Vamos lá?
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O que é um plano de cargos e salários?
Ainda é comum ter dúvidas sobre como estruturar um plano de cargos e salários (PCS). Esse plano é uma ferramenta essencial para organizar as funções dentro da empresa, definindo claramente as atribuições de cada cargo, os níveis de responsabilidade e os critérios que determinam a remuneração.
Além de estabelecer uma base sólida para a gestão de pessoas, o PCS oferece aos colaboradores uma visão clara sobre as possibilidades de crescimento profissional.
Com ele, é possível alinhar expectativas, promover justiça salarial e garantir que o desempenho e a qualificação dos profissionais estejam conectados às diretrizes da empresa.
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Plano de cargos e salários é o mesmo que plano de carreira?
São conceitos diferentes. Embora estejam interligados, o plano de cargos e salários e o plano de carreira têm objetivos distintos dentro da organização.
Enquanto o plano de cargos e salários organiza as funções existentes, define as responsabilidades de cada cargo e estabelece as faixas salariais correspondentes, o plano de carreira foca no desenvolvimento individual dos colaboradores, traçando os caminhos possíveis para o crescimento profissional dentro da empresa.
Ou seja, o PCS oferece uma “visão estática” da estrutura de cargos e o plano de carreira propõe o caminho da evolução dos profissionais.
Por que cargos e salários são tão importantes?
A estrutura de cargos e salários é o alicerce de uma gestão de pessoas eficiente.
Ela define não apenas quanto cada colaborador recebe, mas também quais são suas responsabilidades, expectativas de desempenho e possibilidades de crescimento.
Uma política bem construída de cargos e salários promove as seguintes vantagens:
- Evita desigualdades e conflitos internos;
- Facilita a contratação e retenção de talentos;
- Apoia o RH;
- Fornece suporte ao plano de carreira;
- Controla custos com folha de pagamento;
- Contribui para a cultura organizacional;
- Gera mais motivação e busca por alto desempenho;
- Organiza as funções e responsabilidades.
Assim, as empresas que negligenciam essa estrutura correm o risco de perder competitividade, enfrentar alta rotatividade e comprometer o engajamento da equipe.
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Como definir cargos e salários de uma empresa: passo a passo
Confira o passo a passo para construir uma política de cargos e salários na sua empresa.
1. Mapeie as funções existentes
O primeiro passo é identificar todas as funções que existem ou que serão criadas na empresa. Para cada uma delas, é preciso elaborar uma descrição de cargo, que deve incluir:
- Nome do cargo
- Objetivo da função
- Principais atividades
- Requisitos técnicos e comportamentais
- Nível de autonomia e responsabilidade
- Relacionamento com outras áreas
Esse mapeamento ajuda a entender o papel de cada colaborador na operação e facilita a comparação entre funções.
2. Classifique os cargos por níveis de senioridade
A senioridade está relacionada à experiência, à complexidade das tarefas e ao grau de responsabilidade. Os cargos podem ser organizados em níveis como:
- Júnior: profissionais em início de carreira, com supervisão constante.
- Pleno: já possuem domínio técnico e alguma autonomia.
- Sênior: têm ampla experiência e atuam com alto grau de responsabilidade.
- Especialista: dominam áreas técnicas específicas.
- Gestor: lideram equipes e tomam decisões estratégicas.
Essa classificação permite criar faixas salariais coerentes e oferecer caminhos de evolução dentro da empresa.
3. Avalie o escopo e a responsabilidade da função
Nem todos os cargos com o mesmo título têm o mesmo peso. Por isso, é importante considerar o escopo da função, ou seja, o impacto que ela tem nos resultados da empresa.
Um analista financeiro que cuida de toda a tesouraria, por exemplo, pode ter mais responsabilidade do que outro que atua apenas com contas a pagar.
Fatores como tomada de decisão, gestão de recursos, influência sobre metas e complexidade técnica devem ser considerados na definição da remuneração.
4. Compare com os colaboradores atuais para manter a equidade
Se a empresa já possui funcionários, é fundamental garantir equidade interna. Isso significa que profissionais com funções semelhantes devem receber salários compatíveis, respeitando diferenças de desempenho e tempo de casa.
A falta de coerência pode gerar insatisfação, desmotivação e até pedidos de desligamento. Por isso, antes de abrir uma nova vaga ou ajustar um salário, compare com os valores praticados internamente.
5. Pesquise o mercado
Além da comparação interna, é preciso entender o que o mercado está pagando para funções semelhantes. Existem diversas fontes para isso:
- Guias salariais de consultorias especializadas;
- Plataformas de recrutamento com dados agregados;
- Pesquisas setoriais e sindicatos;
- Benchmarking com empresas do mesmo porte ou segmento.
Essa análise ajuda a manter a empresa competitiva e evita que os salários fiquem defasados ou acima do necessário.
6. Defina faixas salariais
Com base nas informações coletadas, crie faixas salariais para cada cargo e nível de senioridade. Por exemplo:
| Cargo | Nível | Faixa Salarial | Requisitos |
| Auxiliar Administrativo | Operacional | 1.600 – 2.200 | Ensino médio completo |
| Assistente Financeiro | Técnico | 2.300 – 3.200 | Técnico em contabilidade ou áreas afins |
| Analista de RH | Analítico | 3.500 – 5.000 | Ensino superior + 2 anos de experiência |
| Coordenador de Projetos | Gerencial | 6.000 – 8.500 | Superior completo + liderança de equipe |
| Diretor de Operações | Diretivo | 12.000 – 18.000 | Pós-graduação + experiência estratégica |
Lembre-se de manter a política de cargos e salários sempre atualizada, revisando-a periodicamente (a cada 6 ou 12 meses, por exemplo).
Mantenha as atualizações documentadas, seja transparente na comunicação das mudanças com os colaboradores e alinhe o plano de cargos e salários com o plano de carreira das equipes.
Agora você já sabe qual é a importância e como definir cargos e salários. Continue acompanhando os conteúdos da Cora para ter acesso a mais informações que podem ajudar na gestão de pessoas e contratação de funcionários.
Até a próxima!