INPC, IPCA, IPC-Fipe, IPCA-15… São muitos os índices econômicos voltados ao consumo no Brasil. Todos ajudam a entender a evolução do custo de vida, refletindo a realidade econômica do País.
Neste artigo, a Cora explica especificamente o que é e para que serve o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), para que você entenda como esse indicador influencia as finanças pessoais e das empresas.
Boa leitura!
O que é INPC?
INPC é a sigla de Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Trata-se de um dos indicadores econômicos calculados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) desde setembro de 1979.
O INPC é obtido a partir dos Índices de Preços ao Consumidor regionais e tem como objetivo medir a variação dos preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos por famílias com renda entre um e cinco salários mínimos, mostrando, dessa forma, o aumento do custo de vida da população.
Qual é a diferença entre INPC e IPCA?
Tanto o INPC quanto o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) são índices calculados pelo IBGE que mensuram a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços.
A diferença entre eles se dá principalmente na abrangência do público que representam e na finalidade de sua aplicação: enquanto o INPC é calculado com base nos preços pagos por famílias com rendimentos de um a cinco salários mínimo, o IPCA abrange famílias com rendimentos que vão de um até 40 salários mínimos.
Como o INPC é calculado?
O processo de cálculo do INPC envolve a coleta de preços de diversos produtos e serviços essenciais, como alimentação, habitação, vestuário, transporte e educação, realizada por meio da Pesquisa de Orçamentos Familiares.
Cada item dessa “cesta básica” recebe um peso específico conforme sua relevância nos gastos mensais das famílias.
Essa metodologia permite que o índice apresente uma imagem fiel das mudanças na inflação para o público que mais depende de uma renda limitada.
Na prática, o período de coleta do INPC vai do dia 1º ao dia 30 ou 31, dependendo do mês. Os preços obtidos são os efetivamente cobrados do consumidor, para pagamento à vista.
Ao todo são considerados nove grupos de produtos e serviços. São eles:
– Alimentação e bebidas;
– Artigos de residência;
– Comunicação;
– Despesas pessoais;
– Educação;
– Habitação;
– Saúde e cuidados pessoais;
– Transportes;
– Vestuário.
Estes grupos, por sua vez, são subdivididos em outros itens: no total são consideradas as variações de preços de 465 subitens.
Quantas e quais regiões o INPC abrange?
O INPC abrange dez regiões metropolitanas do País (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre), além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.
Para que serve o INPC?
Entre os principais usos do INPC, destacam-se:
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Reajustes salariais e benefícios
O índice é amplamente utilizado para corrigir valores de salários, aposentadorias, pensões e também para definir o salário mínimo. Dessa forma, quando o INPC sofre variações, os ajustes têm o objetivo de preservar o poder de compra daqueles que dependem diretamente deste indicador para manter seu padrão de vida.
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Indexação de contratos
Algumas negociações e contratos, como aluguéis e prestações de serviços, podem ser indexados ao INPC. Essa prática visa ajustar os valores periódicos de acordo com a inflação medida especificamente pela variação dos preços para famílias de baixa renda.
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Políticas públicas e estratégias econômicas
O governo utiliza o INPC para orientar decisões em políticas de remuneração e programas sociais, de modo a acompanhar as mudanças no custo de vida das parcelas mais vulneráveis da população. Isso garante que os reajustes concedidos compensem de fato os aumentos de preços e contribuam para a manutenção do poder aquisitivo.
E qual é o impacto do INPC nas empresas?
Apesar de o INPC ser originalmente pensado para calcular o custo de vida das famílias de baixa renda, suas variações acabam refletindo também no universo empresarial.
O impacto mais fácil de ser percebido é o relacionado à diminuição do poder de compra do consumidor. Isso porque, em épocas de alta inflação, a redução do poder aquisitivo dos consumidores pode levar à queda das vendas, afetando diretamente a receita das empresas.
Outro reflexo da alteração do INPC nas empresas pode ser o aumento considerável da despesa com a folha de pagamento, caso os contratos e políticas salariais sejam indexados ao INPC. Isso reduz a margem de lucro das companhias.
Mais um impacto recorrente nos negócios pode ser relacionado ao aumento das despesas fixas. Afinal, alguns contratos (financiamentos, prestação de serviços, aluguel) podem ser indexados nesse índice. Quando isso acontece, a empresa pode enfrentar um desencaixe no seu fluxo de caixa.
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Como as empresas podem se preparar para as variações do INPC?
Já que as flutuações do INPC impactam as finanças das empresas, o que é preciso fazer para se preparar e minimizar seus efeitos?
Algumas ações podem ajudar a transformar desafios inflacionários em oportunidades, melhorando a resiliência do negócio em momentos de instabilidade econômica.
Confira algumas estratégias recomendadas para aplicar na sua empresa para que ela esteja sempre pronta para enfrentar as variações do INPC:
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Faça uma revisão dos contratos
Monitore cláusulas que utilizem o INPC como indexador e negocie termos mais flexíveis, evitando surpresas com reajustes elevados.
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Acompanhe os custos de perto
Invista em inovação e eficiência operacional para mitigar o impacto do aumento dos custos, especialmente aqueles relacionados a salários e aluguel.
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Tenha um planejamento financeiro com cenários diferentes
Realize projeções contínuas e cenários futuros, permitindo que a empresa se alinhe rapidamente às oscilações do índice e adeque seu planejamento.
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Diversifique o portfólio
Amplie o portfólio de produtos ou serviços oferecidos. Isso ajuda a reduzir a dependência de um único segmento e diluir os efeitos das oscilações inflacionárias.
Agora você já sabe o que é INPC, como é medido e quais os impactos do índice na vida das pessoas e nas empresas.
Continue acompanhando o blog da Cora para ter acesso a mais informações que podem ajudar a impulsionar seu negócio.
Até a próxima!