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O que é logística reversa e como esse processo funciona? 

22 de janeiro de 2024
logística reversa

Já ouviu falar em logística reversa, mas não sabe o que é? Saiba que mais do que uma prática ambientalmente correta, essa é uma obrigação para muitas empresas. 

Neste conteúdo a gente explica tudo sobre o assunto. Continue a leitura para entender o que é e como funciona a logística reversa. E, ainda, conferir exemplos e ideias para aplicar no seu negócio. 

O que é logística reversa e como funciona?

Quando um consumidor compra um produto e o utiliza até o fim, o que ele faz com a embalagem que sobra? Joga no lixo? Coloca para reciclagem? Dá um novo uso em sua própria casa? 

Mas sabia que existem empresas que são obrigadas a recolher estes descartes para reaproveitá-los em seu próprio ciclo produtivo ou em outros ou dar o fim ambientalmente adequado a eles? 

Esta prática se chama logística reversa. Ou seja, reverter (devolver) à empresa original os resíduos pós-consumo. 

No Brasil, a logística reversa ganhou força depois que a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi publicada (Lei nº 12.305, de agosto de 2010). 

Entre as definições da legislação, ficou estabelecido um acordo setorial, incluindo fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, em relação à implantação de uma responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.

Assim, órgãos públicos e empresas privadas devem promover ações de redução no volume de resíduos sólidos e rejeitos, diminuindo também os impactos à saúde humana e ao meio ambiente.

Inclusive, a responsabilidade é compartilhada também com os consumidores, que precisam ter informações sobre o descarte correto dos itens, entender a importância disso e fazer a sua parte. 

Quais empresas são obrigadas a implementar a logística reversa? 

De acordo com a legislação vigente, são obrigados a implementar um sistema de logística reversa os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:

  • Agrotóxicos;
  • Pilhas e baterias;
  • Pneus;
  • Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
  • Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
  • Produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Dessa forma, mesmo quem possui indústria de pequeno porte relacionada a um desses setores precisa elaborar uma estratégia para o recolhimento de produtos e embalagens pós-consumo.

Quais são os tipos de logística reversa que existem? 

Basicamente, existem dois tipos de logística reversa: a logística reversa pós-venda e a logística reversa pós-consumo. 

  • Logística reversa pós-venda

Aqui, o produto em questão retorna à cadeia de distribuição antes de ter sido usado pelo consumidor ou em casos de pouco uso, por motivos como: 

  • Defeito de fabricação ou funcionamento;
  • Avarias no produto ou na sua embalagem;
  • Danos causados durante o transporte;
  • Produtos que precisam de conserto;
  • Erros na emissão do pedido;
  • Mercadorias em consignação;
  • Prazo de validade;
  • Recall.

  • Logística reversa pós-consumo

Nesse caso, o produto foi adquirido, utilizado e descartado pelo consumidor, seja pelo término de sua vida útil ou porque sua validade chegou ao fim.

A empresa precisa se preparar para receber os itens e dar o encaminhamento correto a eles, que pode ser a reutilização para retorno ao ciclo produtivo, a reciclagem ou o desmanche seguido pela destinação ambiental adequada.

Como a logística reversa funciona na prática?

A logística reversa acontece basicamente em cinco etapas. São elas:

  1. Os cidadãos são conscientizados sobre a importância do seu papel na logística reversa;
  2. O consumidor devolve o produto ou embalagem ao comerciante/distribuidor;
  3. O comerciante/distribuidor a remete ao fabricante/importador;
  4. O fabricante/importador encaminha para reuso, reciclagem ou descarte adequado;
  5. Os órgãos públicos fiscalizam a cadeia e garantem que tudo é feito adequadamente.

Por que a logística reversa é importante? 

A logística reversa é fundamental para a preservação do meio ambiente. 

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, os principais benefícios dessa prática são: 

  • Incentivar o reuso, a reciclagem e o tratamento dos resíduos;
  • Aumentar a vida útil dos aterros sanitários por meio do desvio de resíduos que podem ser reinseridos na cadeia produtiva;
  • Compartilhar a responsabilidade pela gestão de resíduos entre o setor público, setor privado e sociedade civil;
  • Aumentar a eficiência no uso de recursos naturais;
  • Ampliar a oferta de produtos ambientalmente amigáveis, gerando emprego e renda;
  • Ampliar o espaço para a geração de novos negócios;
  • Redução da necessidade de extração de novas matérias-primas.

Logística reversa x plano de gerenciamento de resíduos sólidos: qual é a diferença?

O plano de gerenciamento de resíduos sólidos tem a ver com o gerenciamento de resíduos sólidos durante o processo produtivo.

Já a logística reversa, como explicamos anteriormente, tem foco no gerenciamento de resíduos e materiais pós-consumo ou pós-venda.

Assim, uma empresa que já cuida do descarte correto dos resíduos sólidos obtidos durante sua produção ainda assim precisa implementar um sistema de logística reversa. 

Exemplos de empresa que possuem programas de logística reversa

No Brasil e no mundo várias empresas já possuem programas bem estruturados de logística reversa, que apresentaram nos últimos anos resultados importantes, contribuindo para o meio ambiente e também aumentando a consciência das pessoas que consomem seus produtos. 

Algumas  dessas empresas são: 

  • M.A.C

A M.A.C é uma empresa de maquiagem que nasceu no Canadá e hoje está espalhada pelo mundo. No Brasil, a empresa possui há duas décadas o programa de logística reversa chamado “Back to M.A.C”.

Após os produtos acabarem, basta que as pessoas consumidoras levem as embalagens a qualquer loja da rede para que a empresa dê uma segunda utilidade ao material por meio da tecnologia de coprocessamento.

Por muito tempo, a empresa premiava as pessoas consumidoras com um batom da marca ao entregar seis embalagens vazias.

Segundo a empresa, no Brasil, somente em 2020, 12 toneladas de embalagens foram processadas no Brasil. A meta da M.A.C. é que até 2025 75 a 100% das embalagens da empresa sejam recicláveis, reutilizáveis ou recuperáveis. 

  • Liza 

O Programa Ação Renove o Meio Ambiente foi criado em 2011 pela fabricante de óleo de cozinha Liza, com o objetivo de  estabelecer uma rede de conscientização ambiental e acesso a pontos de coleta para reciclagem do óleo de cozinha usado.

Assim, a empresa instala pontos de coleta de óleo vegetal usado em locais de fácil acesso ao consumidor, além de apoiar ações de conscientização e educação ambiental.

São mais de 5.000 pontos de coleta do programa e todo óleo coletado é transformado em produtos mais sustentáveis como o biodiesel, combustível de fonte limpa e renovável. 

Segundo a empresa, mais de 8,8 milhões de litros de óleo de cozinha usado já foram coletados, poupando 215 bilhões de litros de água.

  • C&A

O Movimento ReCiclo​​​​​​, da C&A, surgiu em 2017 e é uma alternativa para quem quer descartar roupas usadas. 

A empresa recebe roupas em boas condições e limpas e as encaminha para reuso. 

As que não podem ser reaproveitadas também são recebidas e recicladas (componentes como zíperes e botões são separados, tecidos passam por um processo de desfibração e, assim, viram matéria-prima usada principalmente na indústria automotiva). 

Os pontos de coleta estão disponíveis em 206 lojas, em todos os estados do Brasil. 

Segundo a empresa, o projeto já arrecadou mais 210 mil peças, o que corresponde a cerca de 52 toneladas de roupas, sendo que  130 mil peças foram encaminhadas para reuso, 65 mil peças para reciclagem e 15 mil peças para produção do Jeans Circular.

Mas a logística reversa é só para as grandes empresas?  É possível implementar no pequeno negócio? 

A logística reversa não é algo que somente as grandes empresas podem desenvolver. 

Por mais que, segundo a lei, apenas as fábricas de produtos específicos possuem a obrigação legal de ter um sistema de logística reversa (agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas, produtos eletroeletrônicos e seus componentes). 

E, geralmente, quem produz este tipo de produto são, de fato, grandes empresas. 

No entanto, pequenos negócios também podem e devem ter esta questão em foco e, primeiro, saber como descartar os resíduos que produz corretamente e, depois, também refletir se é possível elaborar um sistemas de logística reversa no negócio, mesmo que em menor escala.  

Além das informações obtidas neste artigo, é possível consultar o manual de logística reversa elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente. 

Outra ideia é procurar auxílio para entender como é possível aplicar a logística reversa na sua empresa especificamente. 

No Mato Grosso do Sul, por exemplo, a Federação das Indústrias do Estado se associou ao Senai para ajudar as empresas a elaborarem suas próprias propostas de sistemas de logística reversa, oferecendo também  apoio técnico e jurídico aos negócios. 

Depois de planejadas, é só implementar aos poucos e avaliar os resultados. 

Mas como começar a incluir práticas sustentáveis de logística reversa no pequeno negócio? 

Confira, abaixo, ideias para já começar a incluir práticas sustentáveis no seu negócio, mesmo sem ter um plano de logística reversa ou um plano de gerenciamento de resíduos sólidos desenvolvido.

São práticas simples que já trazem o assunto em evidência, contribuindo para o meio ambiente e para a sociedade. 

Assim, se ter o próprio plano de logística reversa não é possível no seu negócio no momento, inserir-se na cadeia dos planos de grandes empresas, tornando-se intermediário ou facilitador, pode ser um dos caminhos mais fáceis para começar agora mesmo. 

Por exemplo: 

  • Restaurante 

Um restaurante pode se tornar um ponto de coleta de óleo de cozinha usado e direcionar o que for coletado à ONGS que fazem a reciclagem.

Ou ainda solicitar a uma grande fabricante de óleo de cozinha, como a Liza,  para se tornar um ponto de coleta oficial. 

  • Loja de roupa

Uma loja de roupas pode se inspirar no que grandes marcas fazem e, por exemplo, instalar na loja um ponto autônomo para descarte de peças usadas. 

Fazer a triagem e encaminhá-las para doação é uma forma de contribuir com o meio ambiente e ainda ajudar quem precisa. 

Mas se este procedimento não for possível, basta juntar tudo o que foi coletado e levar pessoalmente até uma loja que faz esse tipo de trabalho, como a C&A, por exemplo. 

  • Salão de beleza

Um salão de belezas pode se tornar um ponto de coleta de vidros de esmaltes, por exemplo, e direcionar a embalagens para o descarte correto. 

Uma ideia pode ser entrar em contato com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) que possui, desde 2006, o programa de logística reversa Mãos Pro Futuro. 

O programa atua por meio de parcerias com cooperativas de catadores de materiais recicláveis e coleta qualquer tipo de embalagem e resíduos de maquiagem e esmaltes de qualquer marca.

  • Escolas

As escolas podem se tornar pontos de coleta de materiais didáticos impressos e devolver os itens às editoras, que poderão reciclar o material. 

O Grupo Marista, da FTD Educação, por exemplo, possui o projeto Recicla+ e coleta em escolas, livros, apostilas, revistas, blocos e demais materiais impressos e didáticos que não vão mais ser utilizados.  

Se sua escola tem parceria com algum sistema de ensino, uma ideia é verificar a viabilidade de começar a fazer essa coleta e devolver os materiais que não são mais utilizados à editora, para reutilização ou descarte. 

  • Farmácia

Quem tem uma farmácia pode (e deve) se tornar um ponto de coleta de remédios vencidos. Neste caso, é uma medida obrigatória, já que o Decreto Nº 10.388, de 5 de junho de 2020 institui a Logística Reversa de Medicamentos Domiciliares Vencidos ou em Desuso, de Uso Humano, Industrializados e Manipulados, e de suas Embalagens após o Descarte pelos Consumidores

Assim, os donos de farmácias devem definir os pontos em que os consumidores podem fazer o descarte de medicamentos e onde será o armazenamento primário desses resíduos. 

E, então, os distribuidores custeiam a coleta e o transporte até os pontos de armazenamento secundário.

Depois, os fabricantes e importadores fazem o transporte dos medicamentos dos pontos secundários até os locais de destinação final ambientalmente adequados. 

 

  • Pessoas revendedoras de cosméticos

Até mesmo pessoas físicas ou microempreendedores individuais (MEI) que atuam na revenda de cosméticos podem começar a contribuir com a logística reversa de maneira indireta.

Armazenado, por exemplo, embalagens de sabonete líquido e cremes hidratantes e incentivando que a clientela adquira refis, que custam mais barato e utilizam menos plástico na embalagem. Então, basta fornecer a embalagem já coletada no momento da compra. 

Agora você já sabe o que é logística reversa e entendeu a importância de fazer parte desse movimento, seja na sua empresa, seja enquanto consumidor.

E se gostou do conteúdo, continue acompanhando o blog da Cora. Até a próxima! 

Por Equipe Cora
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