Não há quem discorde: largar uma carreira consolidada em um dos maiores veículos de imprensa do país para empreender em um mercado novo requer muita coragem. Essa transição é parte da história de Gustavo Brigatto, jornalista e fundador do renomado portal Startups, que compartilha suas melhores experiências no podcast Fala, PJ!.
Esta é uma conversa inspiradora sobre coragem, visão de mercado e a transição do jornalismo para o universo das startups, com lições valiosas para qualquer pequeno ou médio empreendedor que pensa em dar o “salto de fé” e construir seu próprio caminho.
Jornalismo e visão de nicho: as sementes de um futuro empreendedor
Gustavo Brigatto se define como um jornalista por essência, mesmo atuando como empreendedor. “Eu tenho sangue de repórter. Eu gosto de encontrar as histórias, sou curioso e gosto de garimpar”. Sua carreira, em sua maior parte, foi construída ao longo de quase 12 anos no Valor Econômico, na editoria de Tecnologia, um lugar que ele considerava o “ápice” e onde sempre quis chegar.
No Valor, Gustavo se tornou um especialista em tecnologia, acompanhando de perto o surgimento das primeiras fintechs e a efervescência do ecossistema de startups. Ele viu uma “avenida que ninguém abriu” e decidiu abraçá-la, especializando-se em um segmento que era pequeno na época, mas com enorme potencial.
Essa aposta em um nicho embrionário é uma lição valiosa para PMEs: identificar “avenidas não abertas” pode ser a chave para se destacar sem a competição direta de grandes players. Sua paixão por experimentar coisas novas o impulsionava, mesmo quando os números ainda eram modestos para os padrões de um jornal econômico.
A inquietude do empreendedor: quando a ideia pede liberdade
Mesmo em uma posição de prestígio no Valor Econômico, o “bichinho do empreendedorismo” picou. Gustavo tinha uma inquietude: ele queria fazer algo muito parecido com o que o portal Startups é hoje, mas dentro do próprio jornal. Seu projeto, carinhosamente chamado de “Valor de Startups”, visava criar conteúdo e movimentar o ecossistema com a chancela do veículo.
Ele chegou a montar uma apresentação detalhando o mercado e o potencial do projeto, buscando educar os tomadores de decisão internos. No entanto, por não ser uma prioridade da grande empresa, a ideia não avançou. “Aquele negócio estava me corroendo”.
Essa frustração de ver uma boa ideia não prosperar em uma grande estrutura é uma realidade que muitos empreendedores já sentiram, e que muitas vezes impulsiona a busca pela própria autonomia e agilidade que um negócio próprio oferece.
A coragem de empreender no momento certo (ou nem tanto!)
A decisão de deixar o Valor e fundar o Startups foi um processo longo de autoconvencimento, que durou quase um ano. Gustavo percebeu que, quando a dúvida surge, a decisão já está tomada; falta apenas a justificação interna. “Se você está vindo me perguntar sobre isso, é porque na sua cabeça já faz sentido e você acha que é isso”.
O momento da transição foi desafiador: no auge da pandemia, com uma filha de três anos. Muitos colegas jornalistas o desmotivaram, vendo loucura em largar uma carreira estável para criar uma empresa de mídia em um cenário tão incerto.
Mas Gustavo buscou apoio de quem realmente entendia o universo que ele queria entrar: investidores e fundadores de startups, com quem ele já tinha contato diário. Empreender, especialmente em momentos de crise, exige uma dose extra de coragem e um olhar que enxerga oportunidade onde outros veem caos. A história de Gustavo é um lembrete poderoso de que o ‘momento certo’ é construído, não esperado. “Se é pra fazer, cara, se joga e faz. E parece que antes é melhor do que depois”. Sua mudança foi rápida: “Desliguei um computador e liguei o outro”, uma demonstração da determinação necessária para PMEs.
O poder do “arroba” pessoal: de jornalista a fundador e a força da rede
Um dos grandes medos de Gustavo era perder a relevância de seu “arroba-valor”, o peso de ser um repórter do Valor Econômico. No entanto, ele descobriu algo surpreendente: “O Arroba Valor era forte, mas o Gustavo Brigatto também era muito forte”.
Ao se tornar fundador, as portas se abriram de uma nova forma. Ele passou a ser visto como “um dos nossos”. Sua rede de contatos, construída com inteligência e proximidade ao longo dos anos como repórter mostrou seu valor.
Ele não ligava mais pedindo “mentoria de graça”; agora, ele era um colega empreendedor. Para PMEs, a mensagem é clara: sua rede de contatos, construída com integridade e inteligência, será seu maior ativo ao empreender. Além disso, buscar conselhos de quem realmente entende e apoia sua visão é muito importante para manter a motivação e o foco.
Hoje, Gustavo afirma que faz “exatamente o que gosta”. “Em nenhum momento eu olho para trás e penso: ‘e se eu não tivesse feito?’. Isso não passa na minha cabeça”.
Sua história é um lembrete poderoso de que a paixão e a coragem de seguir um chamado, mesmo diante da incerteza, podem levar à realização plena.
Quer se aprofundar na inspiradora jornada de Gustavo Brigatto e descobrir como ele construiu um dos principais portais de inovação do país? Dê o play no episódio completo do podcast Fala, PJ! no YouTube:
Com a apresentação de Igor Senra e Vinicius Braz, da Cora, o podcast recebe pessoas empreendedoras dispostas a compartilhar aprendizados valiosos sobre empreender no Brasil. Assista esse e os outros episódios nos canais da Cora no Youtube e Spotify da Cora.
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