Aprenda como calcular décimo terceiro e entenda o custo para a empresa

Saber como calcular décimo terceiro é obrigatório para quem tem funcionários no regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). E para quem trabalha de carteira assinada, também é útil aprender como o cálculo funciona, até para planejar o uso do dinheiro extra.

Inclusive, o pagamento deste direito trabalhista aumenta os gastos com a folha de pagamento no fim de ano. Mas, fazendo as contas com antecedência, é possível ter um planejamento para evitar sustos e desequilíbrio no caixa.

Neste artigo, explicaremos como calcular o décimo terceiro passo a passo. Você também vai aprender a calcular o custo do décimo terceiro salário para a empresa, considerando os encargos. Vamos lá?

Como calcular o décimo terceiro: quanto vou receber?

O décimo terceiro salário é um direito garantido pela CLT. Também conhecido como gratificação de Natal, ele funciona como um salário “a mais”.

Na prática, para calcular décimo terceiro, é preciso considerar os seguintes fatores:

• O salário mensal do funcionário (incluindo horas extras, adicionais e comissões);
• O número de meses trabalhados durante o ano (para um mês ser considerado no cálculo, é preciso ter trabalhado 15 dias ou mais).

Agora vamos ao passo a passo de como calcular décimo terceiro:

1. Considere o valor do salário mensal e divida por 12;
2. Multiplique o resultado da divisão pelo número de meses trabalhados no ano;
3. Subtraia os descontos aplicáveis, como INSS e IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte).

A legislação permite que o décimo terceiro seja pago integralmente ou dividido em duas parcelas. Nesta última opção, os descontos só são aplicados na segunda parcela.

E para quem recebe adicionais, comissões e outros?

Para quem recebe horas extras, adicionais (noturno, insalubridade, periculosidade, turnos), comissões ou premiações habituais, o décimo terceiro não corresponde apenas ao salário base dividido por 12.

Essas verbas integram a remuneração e entram no cálculo por meio de média.

O empregador deve considerar os meses em que o empregado teve direito ao 13º. O cálculo segue esta lógica:

• somar os valores variáveis recebidos nos meses válidos para o 13º;
• dividir o total pelo número de meses considerados;
• somar esse resultado ao salário base para formar o valor bruto do décimo terceiro.

Em resumo, quando existem verbas variáveis habituais, o décimo terceiro tende a ficar maior do que o valor calculado apenas sobre o salário fixo.

Para saber quanto você receberá com praticidade e rapidez, utilize nossa Calculadora de Décimo Terceiro, online e gratuita. Com ela, você consegue obter o valor exato do décimo terceiro em segundos.

Quando vou receber o décimo terceiro?

A legislação determina que o pagamento do décimo terceiro pode ser dividido em duas parcelas, como adiantamos.

O prazo legal máximo para o pagamento da primeira parcela vai de 1º de fevereiro até 30 de novembro. Esse também é o prazo para fazer o pagamento em parcela única.

Já a segunda parcela do décimo terceiro precisa ser paga até o dia 20 de dezembro do ano em questão. 

Existem ainda algumas situações que exigem o pagamento do décimo terceiro, mesmo antes dos meses de novembro e dezembro. São elas:

• Término do contrato de trabalho por prazo determinado;
• Pedido de demissão (nesse caso, o 13º proporcional é pago na rescisão);
• Rescisão sem justa causa.

Outra possibilidade é adiantar a primeira parcela do décimo terceiro junto ao pagamento das férias. 

Vale mencionar ainda que, em caso de demissão por justa causa, o empregado perde o direito de receber o 13º salário.

Exemplo de como calcular décimo terceiro

Em um exemplo simples, vamos imaginar uma pessoa com salário de R$ 3.000 que trabalhou 12 meses no ano e vai receber o décimo terceiro em 2 parcelas.

Agora, vamos ao cálculo:

• Décimo terceiro = (R$ 3.000 /12) x 12
• Décimo terceiro = R$ 3.000

Assim, chegamos ao valor bruto de R$ 3.000. Porém, ainda é necessário dividir esse montante, já que o pagamento será em duas parcelas.

Lembrando que, quando o pagamento do 13º é parcelado, os descontos (sobre o valor integral) só ocorrem na segunda parcela.

E para saber as alíquotas vigentes, é preciso consultar as tabelas do INSS e do IRRF, se for o caso. 

Então, dividimos o valor bruto do 13º por 2 para chegar obter a primeira parcela:

• R$ 3.000/2 = R$ 1.500

Portanto, este será o valor líquido da primeira parcela do 13º salário.

Para calcular a segunda parcela, pegamos a outra metade do valor e aplicamos os descontos. 

Aqui, o único desconto será referente ao INSS, calculado de forma progressiva sobre o valor total do 13º (R$ 3.000). Ao aplicar as faixas vigentes de 2025, o desconto total é de R$ 253,41.

Sendo assim, teremos:

• R$ 1.500 (valor bruto da segunda parcela) – R$ 253,41 (desconto do INSS)

Logo, o valor líquido da segunda parcela será de R$ 1.246,59. A propósito, nessa faixa, a alíquota do IRRF é zero, por isso não houve desconto.

Resumo do cálculo

Entenda os descontos obrigatórios na segunda parcela: INSS e IRRF

Há dois descontos obrigatórios sobre o 13º salário: o INSS e o IRRF.

O desconto do INSS incide sobre o valor total do 13º salário e segue a tabela progressiva vigente no ano do pagamento.

Caso o 13º seja pago em duas parcelas, esse desconto vai ser aplicado apenas na segunda parcela.

Já o IRRF é cobrado após o valor do desconto do INSS, caso não esteja na faixa de isenção.

O 13º líquido total corresponde à soma da 1ª parcela, que representa 50% do salário devido no ano sem descontos, com a 2ª parcela, que já inclui os descontos de INSS e IRRF.

Veja abaixo simulações com as alíquotas progressivas de INSS válidas em 2025 e com o cálculo de IRRF quando houver incidência.

*Funcionário com 12 meses completos de trabalho no ano

Como calcular décimo terceiro proporcional?

O décimo terceiro proporcional é pago quando o colaborador não trabalhou o ano inteiro; por exemplo, nos casos de admissão ou desligamento ao longo do ano. 

Neste caso, o cálculo segue a mesma lógica do décimo terceiro integral. Assim, a fórmula para calcular é simples: 

• (salário mensal/12) x número de meses com direito ao décimo terceiro* 

*Meses com 15 dias de trabalho ou mais.

Quando a pessoa continua na empresa, o valor proporcional é pago normalmente em duas parcelas. 

Já em caso de desligamento, o décimo terceiro proporcional deve ser pago com a rescisão trabalhista.

Vamos imaginar uma pessoa com salário de R$ 3.000 que foi demitida sem justa causa em setembro. Nesse caso, ela tem direito ao décimo terceiro proporcional referente aos meses trabalhados no ano.

Para definir quantos meses entram no cálculo, vale a regra de que meses com 15 dias trabalhados ou mais contam como mês cheio.

Se a demissão ocorreu após o 15º dia de setembro, o mês conta. Assim, a pessoa teria direito a 9 meses (de janeiro a setembro).

A fórmula do 13º proporcional é:

(salário mensal ÷ 12) × número de meses com direito ao 13º

(R$ 3.000 ÷ 12) × 9
R$ 250 × 9 = R$ 2.250

Esse é o valor bruto do décimo terceiro proporcional a ser pago na rescisão.

Como o pagamento ocorre de uma só vez na rescisão, os descontos aplicáveis (INSS e, se houver, IRRF) são subtraídos diretamente do valor.

Décimo terceiro na demissão por justa causa: o que diz a lei?

Em caso de demissão por justa causa, o empregado não tem direito ao décimo terceiro salário, seja ele integral ou proporcional.

Isso significa que, diferentemente das rescisões sem justa causa ou pedido de demissão, o 13º não é incluído no cálculo da rescisão.

Nessa situação, o trabalhador recebe apenas as verbas rescisórias mínimas previstas em lei, mas o décimo terceiro é totalmente perdido.

Como calcular o custo do décimo terceiro para a empresa?

Como vimos, o valor do décimo terceiro corresponde a 1/12 do salário bruto, multiplicado pelo número de meses trabalhados no ano.

Porém, do ponto de vista da empresa, os encargos trabalhistas precisam entrar nessa conta, sendo os principais: FGTS e INSS patronal (também conhecido como CPP).

Vale dizer que, em regra, as empresas do Simples não pagam o INSS patronal. Portanto, este encargo se aplica principalmente às empresas do Lucro Presumido e Lucro Real.

Além disso, a empresa é responsável por reter e repassar no prazo o INSS (parte do funcionário), IRRF e outros descontos.

Para simplificar o cumprimento dessa obrigação trabalhista e fiscal na sua empresa, preparamos um resumo com as principais informações sobre o pagamento do 13º:

Quer entender melhor os custos da folha de pagamento no seu negócio? Para isso, você pode usar a nossa Calculadora de Custo de Funcionário CLT, online e gratuita.

Como se preparar para o pagamento do décimo terceiro?

Para evitar comprometer o fluxo de caixa no final do ano, é recomendável fazer provisões para o décimo terceiro. Na prática, isso significa reservar todos os meses o equivalente a 1/12 do salário do empregado, mais os encargos da empresa.

Desse jeito, você garante o pagamento do 13º sem sufoco, mesmo se surgir um imprevisto.

Para um salário de R$ 3.000, a empresa deve reservar R$ 250 por mês apenas para o 13º. Caso existam encargos associados — como FGTS e CPP no regime fora do Simples — esses valores também precisam de provisão proporcional, o que acrescenta um percentual mensal à reserva.

No fim do ano, essa prática garante que a empresa tenha acumulado o valor necessário para pagar o 13º sem pressionar o caixa ou depender de antecipações.

Esperamos ter simplificado o processo de como calcular décimo terceiro para você. Você também pode gostar do nosso guia sobre como calcular o valor da hora trabalhada.

Até a próxima!