Quer saber se a tabela do Simples Nacional 2025 sofreu alguma mudança? Preparamos este conteúdo para explicar tudo o que você precisa saber sobre o tema.
E, para deixá-lo ainda melhor, contamos com uma colaboração muito especial: Camila Fanti, da Contabilivre Ltda., trouxe explicações importantes para você tirar suas dúvidas sobre esse regime tributário.
Boa leitura!
O que é a Tabela Simples Nacional e para que serve?
A tabela do Simples Nacional é um instrumento que serve para calcular os impostos de empresas optantes por esse regime. No Brasil, existem três opções de regimes tributários: o Simples Nacional, o Lucro Presumido e o Lucro Real.
Ela é dividida em cinco anexos (I, II, III, IV e V) e cada um deles é voltado para determinados setores de atividade econômica.
Na prática, nos anexos são definidas as faixas de faturamento junto com as alíquotas correspondentes (que vão de 4% a 33%) para cada grupo de empresas prestadoras de serviços e optantes pelo Simples Nacional que integram aquele tipo de atividade.
Essa divisão permite que as empresas sejam tributadas de maneira mais justa, considerando o setor de atuação e simplifica todo o processo.
Isso porque a alíquota indicada nos anexos unifica todos os impostos federais, estaduais e municipais (como IRPJ, CSLL, PIS, Cofins, ISS e ICMS) em apenas um percentual, para ser pago em uma única guia de pagamento – o famoso DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).
Tabela Simples Nacional 2025: principais mudanças
As alíquotas da tabela do Simples Nacional não mudam necessariamente todos os anos, mas podem ser ajustadas conforme necessário. Geralmente, as mudanças dependem de atualizações na legislação tributária, ajustes econômicos e políticas fiscais adotadas pelo governo e são feitas para equilibrar a carga tributária ou incentivar determinados setores da economia.
Por isso, é importante que as empresas fiquem atentas às atualizações realizadas pela Receita Federal e consultem a tabela vigente para garantir que estão aplicando as alíquotas corretas no cálculo dos impostos.
Até o momento, não houve alterações oficiais na tabela do Simples Nacional para 2025. As faixas de faturamento, alíquotas e anexos continuam os mesmos desde a última atualização, em 2018. O limite de receita anual para permanência no regime permanece em R$ 4,8 milhões.
Porém, o cenário tributário começa a passar por uma transição importante com a Reforma Tributária aprovada, cujos efeitos começam a ser sentidos a partir de 2026 e isso já exige atenção agora, em 2025.
Dois novos tributos foram criados para substituir impostos atuais:
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – vai unificar PIS e Cofins.
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – vai unificar ICMS (estadual) e ISS (municipal).
“Embora as empresas optantes pelo Simples Nacional possam continuar no regime simplificado, elas poderão ser impactadas em relação à CBS e ao IBS de forma parcial”, explica Camila Fanti. “Isso porque a reforma prevê que parte desses tributos poderá ser cobrada ‘por fora’ da DAS (o documento de arrecadação do Simples), especialmente para empresas que vendem para clientes que se beneficiam de créditos tributários”, complementa.
Ou seja: a tabela em si não mudou, mas o contexto está mudando. As empresas do Simples precisam começar a acompanhar de perto essa transição, principalmente se atendem outras empresas (B2B), porque podem perder competitividade caso seus preços não permitam o aproveitamento de créditos pelo cliente.
Tabelas dos Anexos do Simples Nacional 2025
O Simples Nacional é composto por cinco anexos, ou seja, cinco tabelas. Cada anexo possui faixas de alíquotas diferentes.
Confira as alíquotas de cada anexo a seguir:
Anexo I do Simples Nacional
Participantes: empresas de comércio (lojas em geral).
| Receita bruta total em 12 meses | Alíquota | Valor a deduzir |
| Até R$ 180.000,00 | 4% | R$ 0,00 |
| De R$ 180.000,01 a R$ 360.000,00 | 7,3% | R$ 5.940,00 |
| De R$ 360.000,01 a R$ 720.000,00 | 9,5% | R$ 13.860,00 |
| De R$ 720.000,01 a R$ 1.800.000,00 | 10,7% | R$ 22.500,00 |
| De R$ 1.800.000,01 a R$ 3.600.000,00 | 14,3% | R$ 87.300,00 |
| De R$ 3.600.000,01 a R$ 4.800.000,00 | 19% | R$ 378.000,00 |
Anexo II do Simples Nacional
Participantes: fábricas, indústrias e empresas industriais.
| Receita bruta total em 12 meses | Alíquota | Valor a deduzir |
| Até R$ 180.000,00 | 4,5% | R$ 0,00 |
| De R$ 180.000,01 a R$ 360.000,00 | 7,8% | R$ 5.940,00 |
| De R$ 360.000,01 a R$ 720.000,00 | 10% | R$ 13.860,00 |
| De R$ 720.000,01 a R$ 1.800.000,00 | 11,2% | R$ 22.500,00 |
| De R$ 1.800.000,01 a R$ R$ 3.600.000,00 | 14,7% | R$ 85.500,00 |
| De R$ 3.600.000,01 a R$ 4.800.000,00 | 30% | R$ 720.000,00 |
Anexo III do Simples Nacional
Participantes: empresas que oferecem serviços de instalação, de reparos e de manutenção. Também estão neste anexo agências de viagens, escritórios de contabilidade, academias, laboratórios, empresas de medicina e de odontologia.
| Receita bruta total em 12 meses | Alíquota | Valor a deduzir |
| Até R$ 180.000,00 | 6% | R$ 0,00 |
| De R$ 180.000,01 a R$ 360.000,00 | 11,2% | R$ 9.360,00 |
| De R$ 360.000,01 a R$ 720.000,00 | 13,5% | R$ 17.640,00 |
| De R$ 720.000,01 a R$ 1.800.000,00 | 16% | R$ 35.640,00 |
| De R$ 1.800.000,01 a R$ 3.600.000,00 | 21% | R$ 125.640,00 |
| De R$ 3.600.000,01 a R$ 4.800.000,00 | 33% | R$ 648.000,00 |
Anexo IV do Simples Nacional
Participantes: empresas que fornecem serviço de limpeza, vigilância, obras, construção de imóveis e serviços advocatícios.
| Receita bruta total em 12 meses | Alíquota | Valor a deduzir |
| Até R$ 180.000,00 | 4,5% | R$ 0,00 |
| De R$ 180.000,01 a R$ 360.000,00 | 9% | R$ 8.100,00 |
| De R$ 360.000,01 a R$ 720.000,00 | 10,2% | R$ 12.420,00 |
| De R$ 720.000,01 a R$ 1.800.000,00 | 14% | R$ 39.780,00 |
| De R$ 1.800.000,01 a R$ 3.600.000,00 | 22% | R$ 183.780,00 |
| De R$ 3.600.000,01 a R$ 4.800.000,00 | 33% | R$ 828.000,00 |
Anexo V do Simples Nacional
Participantes: empresas que fornecem serviço de auditoria, jornalismo, tecnologia, publicidade, engenharia, entre outros.
| Receita bruta total em 12 meses | Alíquota | Valor a deduzir |
| Até R$ 180.000,00 | 15,5% | R$ 0,00 |
| De 180.000,01 a 360.000,00 | 18% | R$ 4.500,00 |
| De 360.000,01 a 720.000,00 | 19,5% | R$ 9.900,00 |
| De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 20,5% | R$ 17.100,00 |
| De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 23% | R$ 62.100,00 |
| De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 30,50% | R$ 540.000,00 |
Como saber qual tabela do Simples Nacional usar?
Para saber qual a tabela considerar do Simples Nacional, é necessário identificar o código de descrição da atividade/natureza do seu negócio (conhecido como CNAE) e verificar na legislação qual é o anexo correspondente para o seu tipo de negócio. É possível verificar a tabela CNAE completa no site da Receita Federal.
Perguntas frequentes sobre Simples Nacional
Agora que você já sabe como funciona a Tabela do Simples Nacional 2025, confira, também, as principais dúvidas sobre o tema.
O que é o Simples Nacional?
O Simples Nacional é um regime tributário simplificado criado no Brasil para micro e pequenas empresas. Ele busca unificar o recolhimento de vários tributos em uma única guia para facilitar o processo de pagamento e reduzir a carga tributária.
Quais empresas podem participar?
Podem participar do Simples Nacional: Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões, sociedades simples, empresários individuais e empresas que atendam às exigências legais do programa.
Quais são as vantagens do Simples Nacional?
Algumas das vantagens do sistema são:
- Simplificação tributária: recolhimento de até oito tributos em uma única guia (DAS).
- Redução de custos: em muitos casos, a carga tributária é menor em comparação a outros regimes.
- Facilidade na administração: menos burocracia para calcular e pagar impostos.
- Incentivo ao crescimento: empresas têm mais recursos para investir em expansão.
Tabela do Simples Nacional 2025: outras dúvidas importantes
Como Camila mencionou, a tabela do Simples Nacional não mudou, mas o contexto está mudando. Neste cenário, algumas dúvidas podem surgir — e contamos com o apoio da especialista para respondê-las.
Confira, a seguir:
1. Como a nova tabela pode afetar a carga tributária e o fluxo de caixa das pequenas empresas?
Embora não tenha havido uma nova tabela para 2025, a estrutura atual do Simples Nacional já pode impactar a carga tributária e o fluxo de caixa das empresas, principalmente à medida que elas crescem.
A tabela do Simples é progressiva: quanto maior o faturamento acumulado em 12 meses, maior a alíquota efetiva. Isso vale tanto para comércio quanto para serviços. Assim, uma empresa pode pagar proporcionalmente mais imposto conforme aumenta sua receita, mesmo que seus custos também cresçam, o que pode reduzir a margem de lucro.
Além disso, o imposto é calculado sobre o faturamento bruto e pago mensalmente, o que pressiona o caixa, especialmente em meses com alta nas vendas ou nos contratos. Empresas que recebem parcelado ou têm sazonalidade podem sentir mais esse impacto, já que precisam recolher tributos antes mesmo de receber todo o valor vendido ou contratado.
Em resumo, mesmo sem mudanças oficiais na tabela, a forma como ela está estruturada pode aumentar a carga tributária e comprometer o capital de giro, se a empresa não tiver planejamento e controle financeiro.
2. Quais são os setores mais sensíveis a essas mudanças e por quê?
Alguns setores são mais afetados pela lógica do Simples, principalmente quando:
- Têm margens de lucro apertadas, como o comércio varejista e e-commerce;
- Prestam serviços com alta carga de folha de pagamento, como consultorias, TI, engenharia e saúde, especialmente se enquadrados no Anexo V, com alíquotas mais altas e não utilizam o Fator R, para diminuição da alíquota;
- Estão próximos do limite de faturamento, pois ultrapassar o teto pode obrigar a sair do Simples e migrar para regimes mais complexos (como Lucro Presumido ou Lucro Real);
- Possuem muitos clientes no regime tributário normal, que não aproveitam créditos fiscais de empresas do Simples, o que pode dificultar a competitividade.
Esses setores precisam de atenção especial ao planejamento tributário e à gestão de custos para evitar surpresas.
3. Que medidas preventivas as empresas podem adotar para mitigar os efeitos das alterações?
Mesmo sem mudanças formais na tabela, algumas ações simples podem ajudar a reduzir impactos negativos:
- Acompanhar mensalmente o faturamento acumulado para prever mudanças de faixa e ajustar estratégias antes do aumento da alíquota;
- Revisar os CNAEs da empresa e o anexo em que ela se enquadra, pois uma simples alteração na atividade principal pode resultar em uma tributação mais vantajosa;
- Separar atividades com tributação distinta em diferentes CNPJs, quando possível, para otimizar o regime tributário;
- Controlar melhor o pró-labore e a distribuição de lucros, sempre com o apoio do contador;
- Simular cenários com crescimento de receita para entender como a alíquota efetiva se comportará e se a empresa continuará viável no Simples.
4. Como a contabilidade pode ajudar na transição e no planejamento tributário frente às novas regras?
O contador exerce um papel fundamental para que a empresa se mantenha regular e competitiva, especialmente em um cenário de mudanças e dúvidas sobre o futuro do regime tributário.
É ele quem avalia, com precisão, a alíquota efetiva que está sendo aplicada com base no faturamento acumulado, identifica oportunidades para reduzir a carga tributária de forma legal e aponta quando o Simples Nacional pode deixar de ser vantajoso, sugerindo alternativas como o Lucro Presumido por exemplo.
Além disso, o contador acompanha as atualizações nas legislações, como a reforma tributária, e organiza os compromissos fiscais da empresa, evitando multas e transtornos que podem comprometer o caixa. Mas seu papel vai além da parte técnica: ele também contribui com a leitura estratégica do negócio, ajudando a planejar o crescimento de forma sustentável.
Na Contabilivre, essa atuação próxima e consultiva é parte do nosso dia a dia. Mais do que uma contabilidade online, oferecemos um serviço acessível, claro e comprometido com o sucesso dos nossos clientes. Nosso time orienta cada etapa com responsabilidade e visão de longo prazo, tornando a contabilidade uma aliada real para quem empreende.
Conseguiu tirar suas dúvidas sobre a Tabela do Simples Nacional 2025? Esperamos que este conteúdo tenha sido útil para você.
E se quiser ficar por dentro de mais informações relevantes sobre impostos e finanças empresariais, continue acompanhando o Blog da Cora.
Até a próxima e bons negócios!
